segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Imagina só, se de repente, você tivesse a sua própria autorização para ser VOCÊ!

E se assim, de repente, você resolvesse correr o risco de ser feliz?
Se, entre a estafa de um dia e outro, você desistisse de tentar achar a felicidade nas respostas e perguntas de outras pessoas?

O que aconteceria se você levasse a sério seus sonhos e tudo aquilo que você sabe que nasceu para fazer? Aquilo tudo que você faz de melhor, imagina?

É muito louco pensar em abandonar DE VEZ aquela estranha mania em achar que os sonhos só devem ser pensados lá em um futuro que parece nunca ter data para chegar. Ou em um futuro restrito de alguns poucos dias onde se têm a permissão de viver.

Você já pensou na possibilidade de correr o risco de parar de sobreviver diariamente e passar a VIVER? No sentido completo da palavra?

O que é felicidade pra você? Em que situação? com quais pessoas? fazendo o que você é feliz?

E se você deixasse de correr atrás da perfeição e aceitasse cada coisa como ela é e extraísse daí o melhor possível?

Como seria, se, de um dia pro outro, você ousasse deixar de empurrar a vida com a barriga, o emprego com a barriga, parasse de empurrar relacionamentos com a barriga e fosse você a ser empurrado pela FELICIDADE?

Imagina só, se de repente, você tivesse a sua própria autorização para ser VOCÊ!

Uau!

Tati Batista

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

[Poema] Talvez eu seja mais ...o melhor sorriso embrulhado na mais profunda paz.

Talvez eu seja mais ... talvez eu vá além, talvez eu seja tudo que alguém sempre sonhou.
E resumindo, é isso que eu quero ser.

Nada mais sincero de minha parte, do que querer ser a melhor coisa que aconteceu na vida de alguém.
Nada mais eu, do que ser o melhor que eu posso ser.

Eu quero os melhores abraços e em troca, os meus abraços serão os meus melhores.
Nada melhor do que se entregar verdadeiramente quando se tem certeza disso.

E melhor ainda é não se entregar, quando ainda se tem dúvida.
E se a dúvida paira em minha cabeça, eu simplesmente não vou, pois nada mais azedo do que ir sem a certeza de ser todo você.
Nada pior que ir sem levar todo seu coração, toda sua alma.

Talvez eu seja mais chuva e mais sol. E é provável que seja os dois ao mesmo tempo.
E é certeiro que eu faço minhas escolhas e caminho sempre e somente para onde acredito.

E assim que a vida é, ao menos para o tanto de mim que eu permito ser inteiramente eu.
A vida é mais que certa, nada planejada, insana e cheia de surpresas pelo caminho.

Nada mais digno do que ir atrás do que se deseja e sonha.
Nada mais humano que dedicar amor, carinho e cometer erros.
Nada mais afetuoso que saber esperar ...
E nada mais delicioso que saber dar fim a uma espera. Por bem ou por bem mesmo ...

E se não parece, eu não sou das metades, não sou das partes.
E talvez ainda não tenha sido possível perceber que eu vou de encontro ao que apazígua e enlouquece.
De frente ao que tranquiliza e enriquece

Para mim, eu só quero o que há de melhor.
Para quem dá o seu melhor, o meu melhor.
E eu irei naquilo que eu acreditar ...
Se ainda não ficou claro, meu coração toma minhas decisões
E para apoiá-lo ... o respeito, a serenidade, a paciência e o instinto.

Nada mais belo do que ser honesto, com os outros e consigo mesmo
E melhor ainda, sentir no rosto o vento de volta ... o universo te reverenciando com boa notícias e soluções.

Nada mais tranquilizador do que escolher seu próprio caminho e seguir nele fazendo o bem.

Para mim, eu só aceito aquilo que faz sentido, que me enobrece e que me faz melhor do que eu sou ..
Para minha entrega ... só quem me fizer revelar minha melhor versão.

E no mundo, só as melhores gargalhadas, os abraços mais apertados e os beijos mais estalados.
Sendo paz em terra, sendo o céu e o bem estar de quem comigo compartilhar ..

Eu não vim para fazer pouco, nem para fazer mal feito ...
Eu vim para ser o melhor que eu puder ser e entregar de mim o melhor que tenho a oferecer.
E a cada um que se aproxima, eu faço o meu melhor.

Talvez eu seja mais. Mais abusada, mais encrenqueira, mais ousada, mais louca.
E é isso mesmo.
Talvez eu seja menos normal, mais engraçada, menos quizumbeira.

E quem se aproximar, na febre ou na unção ... só me venha com o seu melhor.
E mesmo que seja pouco, eu procurarei sua melhor versão ... mas não me venha metade.

Eu quero a melhor parceria, o melhor gás, o melhor mergulho.
Para mim, nada menos que o melhor aperto, o melhor perrengue e a melhor das viagens.

E senhores, o incrível e a incrível que me desculpem, mas nada melhor que um dia ao menos, ser a melhor coisa que aconteceu a vida de alguém.
Eu continuo querendo o melhor sorriso embrulhado na mais profunda paz.

A brincadeira, a fidelidade, o respeito em suas mais profundas entregas.
É ir além e vivenciar Deus através de um olhar em silêncio. E que esse silêncio termine em um TODO, e não em metade. TODO lágrimas de alegria, TODO gargalhada de permissões.

Eu vou além, em direção ao meu melhor, ao meu TODO, ao meu encontro.
Em terra, em alma, no mar, nos céus ... e nos caminhos invisíveis do coração ...

Eu vou em busca de minhas melhores Viagens. Nada menos.

By Tati Batista

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

E lá se foi o Cabelo ... ;) E lá se vai um pouquinho do meu carinho em forma de fios

Entrego aqui, nestes pedacinhos de mim ... muito carinho, muito amor, e a minha mais singela solidariedade em forma de presente.

Que a mulher/menina/princesa que receba a peruca saiba que ali com meus fiozinhos estou enviando toda positividade e força para que vocês saiam dessa o quanto antes.
Vamos lutar juntas agora e ser felizes no caminho. Aonde quer que vocês estejam, meu coração cheio de compaixão e paz .. vai ao encontro de vocês em forma de fios.






Cabelinho natural, sem química, que cultivei com carinho nos últimos meses especialmente para minha nova irmã de cabelo! ;)

Eu tremi ... o olho encheu de água. Sabe, aquele egoísmo básico, ridículo e que até dá vergonha de contar. Mas passou ... passou até rápido.

Continuei tremendo depois ... mas foi passando e eu não tirava o sorriso do rosto um minuto. ;)


Zuei .. fiz caras e bocas ... foi tenso no início .. mas muito engraçado e divertido. A sensação que deu em ficar imaginando o por que eu tava ali ... foi mágica.
Agora vou pensar direitinho em qual instituição irei entregar. A dúvida está entre o Laço Rosa .. Cabelegria e a Casa Ronald.

E você, tá fazendo o que mesmo???

By Tati Batista

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

[Poema] Descobrindo o fogo que queima ... me descobrindo.

Quando vi o fogo queimar
Achei que de longe eu o avistava em outros.
Quando notei, eu realmente via o fogo,
mas ele queimava dentro de mim ...

Eu resisti e procurei formas de evitar o inevitável ...
Eu tentei apenas andar pé após pé ...
Dor após dor ...
Desilusão após desilusão ...
E eu espero que eu compreenda que essa não sou eu ...

E eu saberei transformar o fogo que destrói..
O fogo que sempre veio me destruir em algo maior
Maior que eu, menor que eu e próximo de tudo que eu sou ..
Queimando, como eu queimo...
Na temperatura que eu fervilho a minha mente ...

Eu entendi depois da fumaça que me cegou ...
Que além daquilo tudo, eu existo como sou ...
E nesta noite, nem todos os deuses puderam alcançar
Onde a minha alma e meu ser foram dançar..

Ergam seus braços, comemorem um eu, que sou mais eu ..
Mais eu, do que a que temeu um dia SER.
E mesmo que tudo caia e queime em chamas ..
Ainda serei eu a consumir tudo ...

E se você não viu que isso é amor ...
Se você não sentiu o que eu sou de verdade ...
E mesmo que você não tenha percebido que este é o fogo da vida ..
Não cubra seus olhos ... eu ainda irei pelos meus ideais queimar tudo a frente

Fogo de vida, de reconstrução, de liberdade...
Chamas de coragem de ser humana .. de fortaleza interna.
Eu agora sei ser fogo ... e QUEIMO.

By Tati Batista

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Copa do Brasil nas urnas e as 10 "pequenas" alterações maneiras as quais a política brasileira precisa ser submetida.

Ah ... então chegou aquela época. Aquela época que estamos ansiando e comentando desde junho de 2013 ... aquela época onde todos somos mais brasileiros que nunca. Daquele tipo de Brasileiro com muito orgulho e com muito amor.
Não vejo a hora de observar as bandeiras do brasil flamejando nas janelas, nos prédios. Os carros de passeio cobrindo seus capots e porta-malas com estilizadas e lindas bandeiras do país. As bandeirinhas que chegam a ficar destruidas pelo vento, mas que nós insistentemente mantemos agarradas nos vidros traseiros.


Que época maravilhosa. Que gostoso ser brasileiro ... daqueles que canta o hino até o final. Ops, não meu amigo, eu não estou falando da copa do mundo. Eu estou falando das ELEIÇÕES!
Então é #soquenao né? A nossa verdadeira Copa é agora. O nosso grande evento do ano é agora. Você já procurou analisar os candidatos? Assistiu a algum debate? Olhou o programa de governo ( daqueles que tem ) ou pelo menos tem prestado atenção no que seus amigos politizados tem expressado nas redes? Pois é né ... eu tô esperando ouvir um SIM pra maioria destas questões.
Não? Você tá só na zoeira acompanhando os memes e vendo o Eduardo Jorge virar o Presidente da Internet ...? Ah, você nem sabe quem é Eduardo Jorge? Hum, entendi.
As eleições são nosso único caminho possível e legítimo. Confesso que já desconfio de tudo, das urnas, das pessoas, dos movimentos, dos anarquistas, dos que dizem que vão fazer, dos black blocks. Ninguém mais é confiável, eu entendo. Mas é o que tem pra hoje, e teremos que fazer o melhor angu possível com esses caras que estão aí. Já que ninguém aceita fazer revolução e mudar a porra toda. Sim eu disse a PORRA toda ( foi mal mãe ), então vai ao menos estudar e se inteirar do que tá acontecendo no país e fazer a sua parte. E apesar da minha loucura por futebol, isso aqui não é só futebol cacete.
Não posso negar que tô feliz em não participar do primeiro turno por estar viajando, minha situação pro governo do estado está precária! Mas não fujo da obrigação de formar minha opinião, de discutir quando acho válido e de pensar em saídas pro Brasil.

Na minha utopia deliciosa ... eu vejo as coisas mais ou menos assim:
  1. Todo político deveria ser antes de tudo um administrador.
  2. Todo cargo que envolva um tema técnico e todo ministério tem que ser comandado por um especialista FORMADO e PÓS GRADUADO no MÍNIMO no tema.
  3. Todos os políticos eleitos tinham que passar os dois meses anteriores a posse em uma "Universidade para administradores governamentais". Se o cara já exerceu, volta pra reciclagem. Vão aprender sobre administração, inovação, melhores práticas ao redor do mundo, vão destrinchar e detalhar suas principais propostas e vão receber toda tarde eleitores para validação do caminho que pretendem tomar. Isso até a posse. E não tem que receber por isso não. Estão GANHANDO a oportunidade de melhorar profissionalmente, não vou pagá-los por isso.
  4. As propostas deveriam ser expostas na internet e os cidadãos deveriam ter um cadastro virtual e estas poderiam ser minimamente priorizadas.
  5. A cada dois meses os políticos deveriam fazer um super hangout para dar conta de tudo aquilo que fizeram no bimestre anterior e o que pretendem fazer no próximo.
  6. Toda a máquina do governo precisaria ser profissionalizada. Discutem-se os pré-requisitos para determinado cargo e só entra ali quem cumpre.
  7. Se a pessoa já se envolveu alguma vez NA VIDA com desvio de dinheiro, corrupção ou é ficha-suja por qualquer motivo, político ou não,  perde a vez PRA SEMPRE. Nunca mais pode exercer nenhum cargo no governo.
  8. Acaba esta história de reeleição pra qualquer coisa.
  9. Cada político teria uma meta de atendimento das propostas de governo. Se o cara reporta não cumprimento da meta em 3 bimestres seguidos, ele tá fora!!!!!! Entra o 2o mais votado e vamos em frente.
  10. Quem tem cargo público tem que usar serviço público no mínimo em 70% de suas necessidades. A família DIRETA, filhos e conjuge também estarão sujeitos a mesma norma durante todo o período em que o cargo for exercido.
Só pra começar né! ;) Não vamos complicar logo de cara.
E é isso, talvez eu ainda consiga prmover as mudanças que eu visualizo. Talvez não. Enquanto isso eu vou ali em viajar rapidinho pra respirar e já volto. Que o Brasil tá foda, sinto saudades do futebol da copa, empreender tá foda, ser uma pessoa diferente também tá foda. Mudar alguma coisa em um lugar que as pessoas insistem em manter uma mentalidade onde se confunde esporte com alienação tá foda. Mas estamos indo em frente, caminhando e cantando ...continue a nadar!

Vai Brasil! Mostra sua força Brasil! Rumo as urnas! Rumo a revolução!

Tati Batista







sábado, 30 de agosto de 2014

[Poema] Por que você é assim?

Você não entende ... Você não sabe ...
E quando ele vem ... você sequer percebeu ..
O vento que venta torto debaixo de um sol
Apaixonado por ela ..

Você não sabe ... você não entende ...
Que as flores sorriram
E que a cada contorno da vida
Ela sorriu uns dias por você ..

E você nem sabe ... ou talvez saiba..
Que você amanhã, mais uma vez ...
Já não será você ...
E eu não serei quem eu fui ..

E eu nem sei o que foi ..
E eu nem sei o que fui ...
E virou do avesso..
Um amanhã que não existirá .. ou que talvez exista.

E eles nem viram, nem sentiram ...
O que o universo preparou ..
Apaixonado por ela ..
Foi tudo que restou ..

E todos sabem ...
Que tudo que importou
Foram as ondas de sorriso bem da janela da alma ..
Foi tudo que não tem descrição ... ou talvez nem saibam.

Tudo aquilo sobre ser chão e ser céu ..
Tudo aquilo que você entendeu, sem nunca ter entendido
E tudo aquilo que você nem sabe que fez ..

E é claro que a culpa é sua ...
Por que você é assim?
Por que você é daqueles que fazem os outros serem mais ...
E os outros abraços serem menos ...
os outros papos menos ... os outros assuntos menos.

A culpa é sua pelo simples fato de você ser desse jeito aí
E minha, por eu ser desse jeito aqui...
Apaixonado por ela ...

Essa é a carta de um apaixonado ... de um ser apaixonado.
Daquele tipo que um dia todos vocês precisam ser.
Esse é um daqueles presentes que quase ninguém poderia dar ... mas eu fui além.
Porque você é assim como um presente ... e porque eu sou assim bagunceira.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

[Poema] Mais uma daquela garota ... Ah, aquela garota ...

Eu sou só aquela que eu sempre fui
E se você disser que me viu por aí ..
Chorando com o mundo nas costas..
Eu direi que você ainda não sabe de nada ..

Eu sou só aquela garota que eu me tornei ..
E quando tudo veio devanear ..
Eu gravei seu olhar ..
Deixei de entender e de saber tudo que eu sabia até então ..

E se eu pareço perfeita ...
É por que você não notou..
Que eu nasci sem as curvas dos pés ..
E com um buraco negro no peito ...

E continuo sendo aquela que você olha ...
Quando tudo parece não fazer mais sentido.
Eu sou só aquela garota, aquela que você viu desabar..
Eu sou só aquela garota, aquela que você viu sorrir

E eu vim rezando .. perante as estrelas
Pra que eu continue sendo só aquela garota que acredita
Não tão lá... nem tão cá ..
Fazendo o que me faz sentir viva e gargalhar

Quem eu poderia ter sido ..
Quem você poderia ter me deixado ser
Quem eu poderia ter deixado você ser ...
Não tão jovem, não tão no céu.

Até onde vai, até quando vai, quão grande pode ser ...
o que nem se define ..
Eu sou aquela garota que não frequenta reuniões de condomínio
Eu sou dessas que não existem.. dessas que você não conhece..

Aquele momento em que você se olha ...
E queria ter a capacidade de se abraçar a si mesma..
Aquela voz que funciona só pra te trazer todo dia a tona ..
E eu continuo sendo apenas quem eu fui, quem eu sou e quem me tornei

Quem dera as estrelas do céu, o infinito ou o horizonte...
Fossem capazes de expressar o que viram ..
E hoje o tempo abriu ..
E hoje mesmo, o tempo fechou ..


Sã e salva ... apenas por este instante
E você poderia ser bem além do que olha..
E você bem que poderia tentar entender
Que eu sou só aquela menina ... que esqueceu de morrer.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quem sou eu hoje? Sim, eu confesso, um Minion!


A cada ciclo que se fecha eu faço reflexões, penso no que vivi no ano anterior ... no que quero para o próximo e o que preciso para conseguir melhorar como ser humano e ter mais paz em meu coração.
A tarefa deste ano está sendo complexa. Um turbilhão de acontecimentos, de histórias .. algumas alegres, outras tristes, conquistas, choros, lutas, gargalhadas ... tudo esse ano foi plural ..

E daí que estive pensando em algo que me representasse neste momento a forma como eu me vejo.

E foi tão óbvio ... os MINIONS! ;) Eles são lindinhos e bobos, me parecem sinceros.. e bobos. Dá vontade de colocar no colo e muitas vezes eu sinto que isso é tudo que eu precisava, de um colo.



E o grande fato é estar viva, é não ter morrido ontem. É ainda poder trazer alegria as pessoas e ser feliz. O grande fato é estar viva e ter a oportunidade de dizer as pessoas o que eu quero dizer e viver a minha busca.
Sou de fato um minion ... com aquela carinha apaixonada pela vida.

Algumas evidências:

1. Eles são numerosos
E eu me sinto tantas em uma só. Com alguns amigos tenho brincado com meus números ... a Tatiane 32 .. a 17 .. a 53 .. todas com a mesma essência .. mas eu continuo carregando a romântica, a chata, a insistente, a realista, a sonhadora.. são tantas. Não sabemos ao certo quantos Minions existem... não sabemos ao certo quantas "Eu's" existem ..
O certo é que eu sempre tenho assim como os Minions, algo pra doar, uma Tatiane para aparecer, uma para escutar ou participar da piada a cada momento. Estamos em todos os lugares. Estamos aqui para conquistar corações.



2. Ninguém entende o que eles falam
Que língua exatamente os Minions falam? Ninguém sabe ao certo.
Que língua que eu falo? Alguns acham que é português, outros dizem que eu até consigo certa fluência no inglês ... mas o fato é que eu tenho uma língua própria só minha, uma forma de ver o mundo que só eu entendo ... nem sempre isso é legal. Me esforço para tentar representar tudo que quero em português .. em palavras .. em letras. E tudo que falo e escrevo é tão pobre, falta tanto do que realmente eu queria dizer.


3.Eles são desastrados
Tem vezes que nem é preciso diálogo (ou entender o que os Minions falam), pois dá para cair na gargalhada só de vê-los se trombando como pinos de boliche. E eles não se machucam, pois devem ser feitos de borracha ou algo parecido. As vezes nem eu aguento com as minhas performances .. as vezes, dou gargalhada sozinha de mim mesma quando derrubo algo, ganho roxos pela vida .. Sou naturalmente desastrada e bagunceira .. acho que os Minions são bagunceiros também.



4. Eles fazem parte do enredo
Eles estão lá e não são somente coadjuvantes. Não duvido muito que ganhem um momento só deles, um filme só deles, um momento de brilhar só deles. Eles já conseguem isso sem serem os personagens principais. Eu tb estou aqui, nos seus dias .. nos seus momentos .. tendo momentos em que faço outras pessoas rirem, faço pessoas felizes e tendo momentos em que quero brilhar e mostrar tudo que consigo de mim .. tudo que considero fundamental .. meus "Eu's"


Melhor que ontem, ainda não tão boa quanto amanhã. No caminho, com muito amor no coração e apaixonada pela vida. Bem vindos ao meu mundo, ao mundo do beleléu!

By Tati Batista


terça-feira, 29 de julho de 2014

As confissões do meu coração em um eletrocardiograma.

Pela primeira vez eu fiz um eletro cardiograma ...
Aquele gelzinho gelado .. uns negócios presos nas minhas pernas .. no peito e nos braços.
Eu ouvi aquele tintilar de uma máquina lendo meu coração ...

Quis mandar recados pra ele.. mas não era mais possível.. agora era vez dele e não minha ... e esperei que ele me entendesse ...  me perdoasse.. não fosse tao duro comigo.
Imaginei que no resultado ... aquele monte de tracos ... imaginei que estes tracos me trariam a confissão do meu coração pra mim mesma...

Fiquei ansiosa ... o que teria meu coração a me dizer ... por que demorava tanto ... por que tantos barulhos? 
Aqueles trenzinhos grudados em mim subiam e desciam com minha respiração já ofegante e conforme eu tinha sido orientada eu evitava mexer os bracos ... mas minha maior vontade era gritar e me sacudir toda ... por que ele demorava tanto? O que tanto tinha a dizer?
Enfim ... acabou ... ufa ....

Ainda não sei se ele me perdoou ou não ... ele não disse nada a respeito ...
Ouvi as confissões do meu coração... e confesso que mesmo que eu quisesse ... seria impossível segurar q lágrima que caiu ao ver o que ele tinha a me dizer ... quanto a mim ... eu sigo tentando ser você... e agora sei ao menos que você sabe que não tem sido fácil.
E eu acabei por descobrir que falamos eu e ele a mesma língua ... mas com sotaques diferentes ... vou procurar ser mais paciente para entender o que ele tem a dizer ... espero que ele me entenda ...

Parece que tem uma médica la dentro ... disposta a traduzir o que eu não pude entender ... uma especialista em corações ... sera??? Que loucura ...
Ela pegou aqueles traços pequenos ... subidas e descidas de confissão e apertou em 4 dobradas fulminantes ... era como se eu tivesse engasgado naquele instante. Me contou que o sangue engrossou: que noticia ... depois dos baques que tenho levado ... meu coração resolveu que era hora de engrossar esse caldo. Me bateu uma tristeza por saber disso.
No mais ele continua ali ... tentando me dizer alguma coisa ...

A primeira coisa que fiz ao sair da frente da especialista em traduzir confissões de coração foi desdobrar aqueles traços... até suspirei aff ...

A segunda foi guardar alguns outros pedidos de exame. Parece que meu coração quer falar comigo de forma colorida e além disso ... outros órgãos estão precisando se confessar também.
La vamos nos. Que tudo de certo. Eu estou aqui pra ouvi-los.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Um mundo a não ser dispensado

Um dia alguém me falou de um mundo a ser dispensado: coisas ruins, fatalidades, brutalidades, crueldade, falcatruas.

É clara a visão do que dispensamos. Sem dúvidas, este mundo, eu também dispenso.

E ao dispensar é inevitável que se materialize dentro de nós uma pergunta tão simples, quanto aparentemente impossível de solucionar e responder com coerência.
Qual seria então o mundo a NÃO ser dispensado?

Nos dias atuais se tornou labuta de muitos a luta pelo "verde", a luta pela paz, a luta pela honestidade, a defesa dos oprimidos, dos direitos humanos e todas as muitas linhas de frente que, não podemos discordar, são essencialmente baseadas em propósito nobres, de profundo valor pra nossa sociedade. Mas o que se faz dentro de si mesmo para que a realidade de cada um de nós mude ? E por consequência maior e a longo prazo transformemos este mundo dispensado em um mundo plausível de se viver?

Queremos mais e queremos mais rápido, condicionados, não há o que duvidar. Porém estaríamos nós, preparados a mudar este condicionamento e dizer NÃO pra torrencial tempestade de desejos que nos é empurrada garganta a baixo todo o tempo?
Compre, consuma, entenda, melhore, qualifique, mude, seja moderno, seja "up", entre na onda, suba, desça, case, tenha filhos, não case, mude-se, compre uma casa, se arrependa de sua compra, tenha um i-phone, escreva um livro.

Somos motivados desde os primórdios de nossa vida a nos entregar e nos escravizar nesta onda de desejos que só cresce e mais tem poder de nos devorar.

Quero um mundo indispensável, e tenho certeza que você também. É necessário, porém, ter consciência pessoal e interiorizar os verdadeiros valores sem preço dentro de nós mesmos e aí sim, preparar-se pra formar novos cidadãos, torcendo para que nossos netos, bisnetos, tataranetos consigam colher os benefícios de se agir de forma correta, com respeito e amor.

Nossa lista de valores, itens e supérfluos a serem deixados para trás cresce a cada dia e uma tentativa de respirar ar puro nos leva, a maioria acredito eu, a crer na possibilidade de ainda existir chance de estarmos num mundo melhor.

Crer neste mundo melhor, parece as vezes, uma busca incoerente e nada esperançosa, mas é um enorme passo em direção a essa conquista. O fato de que alguns já consigam parar e elencar o mundo que dispensamos, talvez seja o primeiro pequeno passo dentro de um ambiente e uma sociedade nada acolhedora a este tipo de proposta.

Que este passo não seja insensato e provido de ilusão, estejamos nós preparados ou não, tenhamos a sensatez de correr o risco. O imenso, fundamental e delicioso risco de transformarmos o mundo no tão sonhado "mundo melhor".

Tatiane Batista

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A melhor copa da minha vida. A melhor copa Ever!

O que eu sinto é que tá todo mundo meio verde e amarelo ultimamente. Você não? Então tá perdendo amigo, tá perdendo a linda oportunidade de viver no AGORA.

Eu amo futebol, sou flamenguista, sempre assisti a jogos dos campeonatos nacionais e dos locais. E acima de tudo eu sou passional. Uma apaixonada nata, que se joga, que quando vê, se apaixona a cada dia. E essa Copa, pelos jogos, pelas surpresas, por ser nos nossos estádios, por ter a nossa cara, vamos confessar, é apaixonante.

Eu assisti jogos sozinha no sofá, em praça de alimentação, com grupo de amigos, em pub irlandês lotado, em família, dentro do kart, no fifa fan fest, ouvi jogos no rádio, acompanhei estatísticas pelo google now. Assisti ao Brasil e principalmente a seleções de todo o mundo. Procurei assistir ao menos um tempo de cada jogo. 100% ligada em tudo que ocorreu.

A Copa ainda não acabou, e tenho certeza que é a melhor Copa. É a melhor delas, por que ficou fácil se reconhecer ... se reconhecer em cada gringo que a gente vê zuando na rua. Se reconhecer em torcidas que tentam levar os seus hinos a capela como a nossa torcida. Se reconhecer em jornalistas estrangeiros que tentam buscar palavras para descrever o que estão sentindo. Se reconhecer em atitudes que essas pessoas, que muitas vezes, vivem em países com menos desigualdade e melhor qualidade de vida que o nosso, acham que temos que exportar para o mundo.

Além de todas as minhas paixões, eu tenho paixão pelo lado bom que tem o jeito brasileiro de ser.
Certamente temos inúmeros problemas como povo, como nação. Problemas políticos e até um jeito sorrateiro de achar que é válido levar vantagem em cima dos outros e isso é ruim. Temos problemas, por que somos humanos. E problemas, todos tem. E é urgente que eles sejam resolvidos, e temos oportunidade diária de fazer nossa parte. Independente de Copa, lute e faça o certo!

Mas a Copa meu povo, o futebol ... A graça em receber muito bem os que vem nos visitar. Estamos quanto a isso de Parabéns.

Eu que sempre fui a única menina em meio a um monte de moleques a curtir um futebol. Eu que chegava cedo as sextas-feiras no colégio para disputar uma chance de jogar com os meninos por que não haviam meninas para um time só nosso. Eu que filei por tantos anos TV com canal fechado em bares perto de casa para poder acompanhar os clássicos. Eu que sonhei tanto com o dia de ver pela primeira vez o Maracanã que inventei uma prova louca pra fazer ( eu era da 7o série, me inscrevi em uma prova pra 4o série ... só pra conhecê-lo). Eu que chorei a primeira vez que fui ver o um jogo de futebol no Maraca. Eu mesma, que tenho tanto carinho por este estádio, que levei minha vó para assistir um jogo das estrelas (coitada, fomos e voltamos de trem, vindas de Nilópolis, um calor desgraçado e eu ainda queria que ela cantasse! E ela cantou e bateu palmas no "nosso", no meu maior do mundo).

Eu tenho uma copa em casa. Eu tenho a COPA. A melhor de todas. E agora, olho em uma praça de alimentação, lotada de mulheres, discutindo sobre o meio de campo do time da bélgica. Mulheres questionando a escolha tática do Felipão. Mulheres, como eu. Mulheres que conhecem o histórico da Costa Rica na CONCACAF e que sabem quem veio pra copa na repescagem. Que Lindo!!!!

Futebol é uma paixão ... futebol não define quem somos, mas pode nos ajudar a entender e a lidar com muitas coisas no nosso dia a dia. Assim é o esporte, quando visto com disciplina, com respeito, com poder de socialização e reunião de povos em torno de uma celebração e da disputa sadia.

Vale zuar, vale reclamar, vale exigir tecnologia contra os erros de arbitragem. Vale sacanear, respeitosamente os rivais. Vale também aprender a cada dia a respeitá-los acima de qualquer diferença. Vale entender que acima de qualquer coisa, somos seres humanos apaixonados por este jogo, por esta disputa sem sentido por mais redes balançando no seu território de ataque.

Vale torcer pelo Brasil. Vale também lembrar que se você deseja que este país mude, você deve fazer sua parte e cada um tem um momento e uma forma de fazer isso. Se você deseja mudar o governo, mude seu voto e influencie através de argumentos válidos outras pessoas a fazerem o mesmo. Ah, repetindo: Vale torcer pelo Brasil em campo e pelo Brasil do nosso dia a dia.

Não temos o melhor time. Não temos a melhor seleção que já existiu na face da Terra. Mas temos garra, coragem e emoção. Temos vontade e esperança. Se você pensar, você não desisti de alguém por que esta pessoa não é a melhor que poderia ser. Se você a ama, tem carinho por ela e a quer bem, você a encoraja a ir em frente. Muitas vezes as conquistas nos surpreendem e a gente tem sempre muita coisa a aprender.

Me chamo Tatiane, sou carioca, torço pelo Brasil e estou vivendo a melhor copa da minha vida.
Espero que você também se dê a oportunidade de viver esse AGORA.
Tá sentindo o que eu tô sentindo? ;) Então vem!

Tatiane








segunda-feira, 30 de junho de 2014

[Contos de Josephine] Ela chorou devagar... em mais um de seus pesadelos.

Um susto. Acordar, abrir os olhos e não saber quem é.
Naquela tarde, foi um susto que a trouxe de volta. Respirar fundo e procurar o significado do simples fato de estar ali naquela cama desconhecida, com aquela cortina desconhecida.
Mas qual era a cama conhecida? Ela não conseguia se recordar.
Qual era a cortina familiar? Não lhe vinha a memória.

Terror, pânico, dor e ausência de si mesmo. De repente saber que você não sabe tudo que você foi até hoje, não saber exatamente o que um outro você planejou para o seu próprio futuro.

Ela chorou devagar. Chorou por alguns minutos e resolveu iniciar um processo investigatório.
A cor da cama, a cor dos lençóis ... o cheiro do travesseiro. Três travesseiros. Quem sou eu - Ela pensava aflita. Quem sou eu que dorme com três travesseiros.
Os armários, a casa vazia... as janelas abertas. Era necessário entender através do mundo de fora o que ela era, tinha sido e o que pretendia ser.

Foram aproximadamente três horas ... e ela chegou a uma conclusão.

Sou alguém, sou alguém que viveu, que vive e que viverá.
Sou alguém que bagunça e não se importa com isso. Sou alguém com porta retratos e louça na pia.
Sou alguém que tem um lar e janelas abertas. Sou alguém que coleciona pedras e tintas.
Sou alguém que deixou no aparelho um DVD de "Primavera, Verão, Outono, Inverno ... e Primavera"
Sou alguém com bolsa social, bolsa de inverno, bolsa de viagem pronta.

Sou alguém feliz, e existi de fato até esse instante, mas agora morri sem lembrar quem eu sou.

Um susto grande, falta de ar, acordar e abrir os olhos. O suor e as lágrimas se misturaram no rosto.
Tudo conhecido ao seu redor, Josephine tinha tido outro de seus pesadelos.


Ass. Amigo de Josephine


segunda-feira, 16 de junho de 2014

O melhor de mim, no meu melhor e mais bonito poema.


Eu vi um filme, conheci uma música e simplesmente tive um momento único na vida. Onde você simplesmente percebe. É aquele momento que você jamais poderá explicar pra alguém. Através desta música eu fiz o melhor poema da minha vida. É o que mais gosto, é o que mais eu fui realmente Tatiane, em todos meus valores e concepções. 

Esperei alguns meses, talvez mais de um ano ... o dia certo para mostrá-lo ao mundo. E hoje, através de um reconhecimento simples .. através de um olhar especial que me VIU de verdade ... entendi que era isso que eu precisava. Em um próximo post eu falarei sobre reconhecimento. Neste, eu serei somente eu.

Se eu puder aconselhar ... e conselhos são tão vazios ... eu falaria, leia sim, leia ouvindo a música. Não leia com os olhos, pois não escrevi com os dedos ... leia com a alma, leia inteiro, leia entregue ... sou EU.
E obrigada pela atenção. A de ontem, a de hoje e a de amanhã.




"É".

Quando tudo se conecta e você vê sentido ...
Quando tudo se absorve .. e você entende os motivos ...
Quando tudo acontece e é possível ligar antes e depois ...

O sentimento é alto , claro , solto ..
As cores se misturam e deixam si mesmas ...
Percorrendo o alto o baixo como se fossem apenas o meio ...
O dia e a noite são apenas crepúsculo...

O sorriso é tão profundo que se transfere aos órgãos...
Aquilo que está dentro percorre numa velocidade incapaz de ser vista
Incapaz de ser nomeada ...
Tudo que deveria ser dito já não deve mais ...

Não existe nome, não existe som .. não existem cores ...
Quando o universo inteiro parece ter entrado em você na sua inspiração ...
Quando a expiração leva de volta tudo que você não havia compreendido até então ...

As lágrimas já não possuem vez ... elas são você...
Tudo que você foi .. tudo que você será , tudo que você é ....
Quando a maior compreensão da sua vida surge e te mostra ..
Que jamais existirá a maior compreensão da sua vida ...

Quando o ar que percorre seus pulmões ..
passa contar a história de toda a humanidade ...
Quando seu olhar deixa de dizer algo ...
Quando seu olhar passa a ser simplesmente você completo...

Quando o medo que as vezes te buscava se transforma ...
E você passa a buscá-lo ... a ir ao encontro dele ...
Quando esse medo perde cores, cheiros, sensações ...
Quando você perde o medo de ter medo... e vocês se entendem ...

Quando a sensação de ser maior ou menor se esvai ...
E tudo vira a sensação de SER ... apenas ser ...
Quando os altos e baixos se amenizam ..
E o que se vê é chuva ...

Em todo momento que o planeta falaria baixo ao seu ouvido
E você jamais perceberia ... quando esse som se torna a única coisa a tocar seus ouvidos ..
Quando você compreende que o planeta lhe abraça .. clama ... e FALA ...
Quando você percebe que você é capaz de escutar ...

Os cheiros se harmonizam ... as identidades se abrem ...
A lágrima e o sorriso são o mesmo momento ..e a mesma razão ....
Nada existe onde tudo existe e você tem o entendimento que nada é e tudo é ...
É sopro ... é razão ... é antes e depois .. é pra sempre e nunca foi ...

Integração ... força ... sentido.

By Tatiane Batista

domingo, 1 de junho de 2014

[Contos da filha de um alcoólatra] A falta de alguma coisa que eu talvez nunca saiba o que é ...

Restou algo de alguém que você talvez nunca tenha sido ...
Restaram algumas coisas boas e outras tantas ruins. E as ruins prevalecem.

E eu me recordo de todas elas ...
A pior é saber que você mesmo não permitiu que restasse tempo para reaver e consertar o que você quebrou com o passar do tempo.

Eu já me despedi de você um tanto de vezes, por todos esses anos ... e .. em cada uma delas, eu me lembrei do tanto de vezes que por sua causa eu me despedi de mim mesma, da minha própria vida, como se aquele fosse mesmo meu instante derradeiro.

Eu simulei as batidas, simulei as quedas de precipício .. simulei cada movimento meu para sair de um veículo queimado, quebrado, em chamas, amassado, virado, arrebentado. E eu não deveria estar pensando nisso ...
certo? Crianças não precisam se preocupar com isso, certo? Crianças não devem precisar se despedir de si mesmas tão cedo...

Restaram dúvidas, perguntas a fazer, sonhos que você não poderá realizar.
Restaram brigas e decisões que eu queria ter tido com você.
E a agora, a cada vez que te vejo, que te olho, que te beijo, você parece não estar mais aí dentro.

Restaram também o Simply Red, Barry white, Rock, Forró e toda sorte de ecleticidade que fosse possível musicalmente em um ser humano.
Restou o carinho especial e a delicadeza sedutora. Restou a sedução severa ... a mágica da palavra e de ser o centro sem dificuldades.

Restou a argumentação e a sagacidade. Restou o instinto de sobrevivência.
Restou a certeza de saber que, quem você foi, nunca saberá quem eu me tornei, ou quem eu virei a me tornar.

Restaram as internações, as eternas discussões, restou indiferença.
Restou a luta pra não lidar com isso sozinha.
O que você deixou pelo caminho são cacos de todos nós e depois disso tudo, você sequer existe... e todos nós estamos tentando colar o que restou do queríamos ter sido.

Fomos promessas, potenciais. Somos hoje a luta para superar você. Cada um a seu modo, cada um com seu nível de dificuldade.

Restou a falta de alguma coisa que eu talvez nunca saiba o que é ...

T.S.

[Contos de Josephine] Sobre decidir partir ... decidir ficar. Sobre decidir acordar.

Ela chegou em casa e acendeu a luz...
A casa estava em silêncio, como deveria. A mesa estava arrumada, como deveria. O sofá em ordem, como deveria. Sua mente estava fora do tom, descompassada e torpe, como não deveria.

A vida tinha pregado mais uma de suas peças e lhe apresentado mais uma encruzilhada. Seria possível? Seria justo? Até quanto pode uma mulher tomar decisões consecutivas e que tem um impacto tão grande na humanidade?

Era necessário decidir entre partir ou ficar e tudo parecia tão incrivelmente simples que Josephine desconfiou de si mesma, desconfiou de sua convicção e de tudo que tinha acreditado até então. Era possível existir algo que a tivesse tirado do prumo e de repente suas certezas não estivessem assim tão sólidas.

Foi nesse momento de luz, em que as alternativas não estavam tão claras, que ela resolveu iniciar um processo que sempre é companheiro de boas decisões: preparar um lanche. Enquanto preparava um sanduíche light de pão integral com minas e peito de peru recheado de óregano e pimenta, ela tinha tempo de simplesmente NÃO pensar, e NÃO pensar, era tudo que ela precisava para acalmar sua conturbada mente.

A conversa interna se iniciou como em todo processo meditativo:

[Josephine] - Qual a validade desse pão ... ? Eita, falta 1 dia só.
[Mente] - Vc pagou a conta de luz?
[Josephine] - Droga, que dia é hoje mesmo? Merda, a conta de luz tá vencida.
[Josephine] - Melhor lavar esse queijo ...
[Mente] - E se aquilo tudo era mentira? Convenhamos, pode ser mentira.
[Josephine] - Vou colocar mais, tô com mais fome hoje. Opa, tenho que me pesar antes desse lanche. E antes do copão de suco de caju.
[Mente] - Se engordar de novo, vai ser foda. Quantos gramas devem aumentar um sanduíche?
[Josephine] - Cala a boca, e me deixa só preparar meu sanduba e comer. Fica quieta. Eu não sou você e nós não somos Eu. Entendeu né. Shiii! Silêncio!



Ela sempre soube que a melhor forma de encontrar suas respostas era olhar pra si e criar um isolamento de si mesma, da mente, do eu e de todo o resto. Dessa forma ela se unia a um TODO, aos mosquitos, a terra, a árvore e a flor. Não ser nada, lhe dava a paz de se sentir partir de tudo, do todo.

Lá fora, os infectados. E não havia forma de distinguir uns dos outros. Partir, significava ir rumo ao desconhecido e estar sujeita a toda sorte de acontecimentos. Estar sujeita a toda sorte de mudança de planos e rumos de vida. Ficar era estar sujeita a não alcançar seus sonhos, estar sujeita a permanecer exatamente do jeito que está. E isso a aterrorizava.

Sanduíche pronto. Suco de caju para uma memória afetiva e infantil. TV ligada. Mesa arrumada. Mente após esporro.

Ela adormece após o lanche e sonha que tomou a melhor decisão. E tomou. É preciso sobreviver, e acreditar na melhor decisão é sempre uma forma de ir em frente.

Lá fora, raios e trovões. E mais decisões a serem tomadas.

Ass. Amigo de Josephine




domingo, 25 de maio de 2014

[Contos de Josephine] Ela queria o momento que ele não podia proporcionar ... por enquanto ou para sempre?


17:00 horas e o tempo havia parado. Era como se os relógios tivessem escolhido se manifestar e impedir que os segundos continuassem a passar.

Ela ainda tinha o que fazer e seu dia parecia mal ter começado.
Andando pelos corredores esperou o celular tocar em um mundo onde celulares não tocam mais com romantismo ou com palavras que te tirem o ar e o equilíbrio das pernas ...

Trocou uma palavra ou outra e permanecia observando que nada do que ela estava procurando existia naqueles olhos, naqueles sons, naqueles movimentos pré-programados. Aquelas pessoas já haviam sido infectadas e sequer sabiam disso. Mas ela sabia.

Desceu o elevador na esperança de finalmente respirar liberdade. Catraca, o boa tarde e bom descanso aos seguranças. Estariam eles ali para evitar que os infectados fossem incomodados? Se estavam já haviam sido abduzidos pela sedução do sorriso dela. São dias em que gentileza e respeito estão em falta e seduzem quase instantaneamente, principalmente vindos dela. Não são as palavras, é a atitude. E hoje em dia ela percebe que nem as palavras existem mais.

Ao invés de sair pelo canto de sempre, escolheu girar e quis que o peso daquele giro fosse eterno e que fosse possível manter um giro novo no mundo baseado em seus valores. Acordou. O cheiro de asfalto a fez lembrar da realidade e a tirou do prumo mais uma vez.

O telefone não tocou, sequer vieram as mensagens. Era mais um dia em que ela atravessava a rua de sempre, com os barulhos de sempre, com as corridas de sempre, com os infectados de sempre.

Ela vivia como uma bomba relógio, com um "timer" que parecia ser aleatório. Por vezes mais 5 min, outras 50 anos. Ainda a espera de um sequestro relâmpago, de flores, de paz. Os infectados não. Eles esperam por outras coisas que não fazem o mínimo sentido pra ela.

Lembrou que estava escurecendo e que era hora de desistir naquele dia. Por um instante, mesmo que para desistir apenas daquele dia, ela entendeu claramente como eles vivem ao seu redor. Entendeu que eles desistem a cada instante. Desistem de ser eles mesmos, desistem de serem loucos, desistem do segundo em que estão vivendo.

A febre causada pela infecção atinge fortemente os sentidos, e ela sabe disso.

Os olhos passam a querer enxergar o que não foi feito pra ser visto e nesse esforço desumano trazem distorções inimagináveis: o que é belo deixa de ser belo. O que é inútil e supérfluo ganha força.
O tato passa a servir apenas como instinto puro e carnal, pouco explorado e sequer é notado pelos infectados. As sensações invisíveis não são mais percebidas.
O olfato passa a ser usado apenas como sobrevivência e para distinguir o que já estragou do que ainda "serve". Não se percebe mais que aquele cheiro pode representar a maior conjunção de seres que o universo já proporcionou, aquela, própria dos que se permitem ser invadidos por amor e por aventura.
A audição fica restrita e leva a crer que o os rastros por traz de uma doce voz não existem mais, ou não faze sentido. Fica impossível reconhecer aquele som que te apazígua e põe em paz as células.
O paladar é distorcido. Os gostos se confundem e eles passam a achar que a maioria dos gostos são parecidos demais, líquidos demais, doces demais, amargos demais, secos demais, são demais ... demais para que seja possível entender qual o gosto do universo que não deve ser jamais dispensado.

Ela sabe disso e para em um ambulante para comprar chocolate. Ela ainda sente que existe esperança, existe esperança naquele pedaço de doce ... talvez ainda exista esperança.

Ela quer o mundo, ela quer olhar nos olhos e ver o mesmo que ela reproduz no fundo da alma. Ela quer proporcionar silêncios e sons. Ela olha os prédios ao seu redor, os detalhes do pipoqueiro, ela sente o cheiro do vento e o que ela quer com isso tudo é ser mais e além. Ela quer atitude, ela quer decisão, ela quer tudo aquilo que ela também estaria disposta a oferecer ao mundo.

Ela viveu mais um dia, são 17:15 e estes foram outros 15 minutos em que nada aconteceu. Os disfarces foram os mesmos. Eles continuavam infectados e ela ainda tinha esperança que, ao contrário do que tudo indicava, ele não houvesse sido contaminado e abduzido para um mundo sem graça, sem cor e sem objetivos e valores.

Ela ainda tinha esperança que existissem outros, que assim como ela, eram capazes de olhar prédios, pessoas, ver movimentos e gestos e enxergar almas. Que assim como ela entendem o não dito, sabem compreender o que não foi explicado e que são capazes de se emocionar com velhinhos fofos que acompanham a reconstrução do que o suor deles um dia construiu.

Ela não sabe mais se ainda resta alguém que não esteja infectado. Mas ela anda, tropeça em pedras portuguesas como se estivesse não aqui, mas andando em uma calçada universal, global, cada passo um estado ... cada respiro um país ... cada sorriso uma abdução, como se seus sorrisos fossem capaz de salvar aqueles que talvez ainda tenham salvação.

Ela sobe no ônibus e declara desistência por hoje. Só por hoje ela precisa descansar ... guarda os sorrisos, banha os olhos com uma solução de água e cloreto de sódio ... só por hoje. E não dura muito ... ela desiste de desistir e antes ainda que o ônibus parta ... ela percebe que não pode ignorar que sabe, que ela já sabe, que muitas vezes, o que é eterno pode durar apenas um segundo.

Ela parte, são 17:19 e outro dia já começa a contar.

Ass. Amigo de Josephine










quinta-feira, 15 de maio de 2014

Agora um poema: Gerundiando...

Sou eu aqui, Você me viu brilhar?

Sou eu, sendo eu mais uma vez
Sou só eu sendo alguém que já fez diferença
Eu sendo amiga, sendo mais um pouco de nitidez
Eu, sendo um pouco de inocência....

No dia em que eu fingi contar estrelas,
Pra passar desapercebido que eu procurava respostas
Era eu sendo sábia...
Sendo eu junto ao infinito e ignorando as já feitas apostas

Sou eu querendo mudar o mundo ...
Sem arquear as costas perante o que não acredito
Apenas eu querendo ser incorrigível
Entendendo que na vida, existe o bem e o maldito

E se aquelas pessoas que escrevem músicas de amor
vivessem um dia da minha alma...
Seria tudo em mim sendo eternizado
Seria eu a própria calma.

Eu sendo mais amor ...
Eu sendo talvez mais idiota
Eu sendo mais entrega...
Eu sendo ao mesmo tempo menos patriota

Sou eu sendo decepcionada ...
Ao ver que quem parece ser não é ...
Quem deveria ser não pode ...
Eu que deveria estar, já fui ser...

E ontem não existe pra confortar,
não existe amanhã pra garantir ..
Sou eu sendo agora ...

E o agora é tudo que tenho a oferecer

Eu sendo tchal ..
Eu sendo Adeus ..

Apenas eu, estando aqui para quem nunca viu
Para quem não viveu a mágica de me ver..

Eu sendo quem eu acredito que devo ser..
Universo em prece a agradecer.

By Me

terça-feira, 6 de maio de 2014

Desculpe, a gente não aguenta mais.

Eu sou apenas uma garota do Rio ... eu sou apenas uma brasileira. Querendo fugir ...

Acordei em meio a uma crise de labirintite hoje. Tudo roda ... fecho os olhos e tudo roda. É o que eu costumo chamar vertigem. Já aconteceu outras vezes, mas dessa vez veio acompanhada de um momento tão significativo que fez com que eu me emocionasse por muitas vezes.

Eu queria acreditar como antes, as vezes me pego fazendo um esforço terrível em ser apenas uma carioca que acredita nessa terra, nesse ar, nessa gente. E que acima de tudo é positiva e vê que o futuro promete! Mas tem sido cada vez mais difícil.

Nunca vivi um momento em que tantas pessoas cogitassem ou programassem sua saída do Brasil para outros países. Em minha família tenho ouvido isso com frequência, e olha que somos apegados uns aos outros ... mas a vida aqui tem sido difícil de engolir. Meus amigos tem planejado também sair do país. Até para uma pessoa positiva como eu, tem estado impossível.

Hoje torço para que isso seja apenas aqui no Brasil e que o mundo não esteja com a mesma miséria mental. É tão confuso que eu mesma chego a me confundir e isso dá zonzeira ... isso causa uma vertigem que tem me acompanhado nos últimos meses.

Por aqui, cada um pensa saber qual a verdade e qual o caminho certo a seguir. Mas poucos se levantam para realmente fazer algo. Não sabemos por onde começar e quando fazemos algo somos capazes de cometer atrocidades com a justiça pelas próprias mãos ... e sem o mínimo senso de valores ou bom senso. Nada faz mais sentido.

Eu já quis ficar, eu já quis mudar, eu já quis empreender, eu já quis torcer, eu já quis defender .... e hoje confesso que está tudo rodando. Tudo em vertigem.
Eu tinha tantos planos por aqui ... e já distribuí um Brasil pelo mundo que não corresponde ao que vivo hoje em minha cidade. Cidade pela qual sempre fui perdidamente apaixonada.
Amor verdadeiro não acaba e sei que o meu é infinito, mas hoje estou decepcionada com toda a corrupção, com os preços altos, com a postura das pessoas, com a miséria mental, com o descaso ... estou decepcionada por sermos todos tão ridiculamente capazes de não conseguir mudar o nosso próprio mundo.
Já não sou tão romântica para acreditar que somos realmente um modelo de sociedade, como diz Domenico De Masi em http://globotv.globo.com/globonews/roberto-davila/v/sociologo-domenico-de-masi-e-o-entrevistado-de-roberto-davila/3323350/

Alguns anos atrás eu iria corroborar esta visão. Mas agora, uma nova Zelândia, um México e uma Orlando depois, fica difícil ser apaixonada a ponto de ser cega. Domenico, venha passar um tempo no Brasil, aqui no Rio de Janeiro e depois a gente conversa meu amigo. Tentarei te animar e consolar das decepções.

Nosso julgamento atingiu o nível máximo. Estamos na merda, mas sabemos todos olhar para qualquer atitude e ter uma opinião formada, pedras ou flores para atirar. Uma campanha contra o racismo e temos que pensar: É válida? É oportunista? É midiática talvez? Estão me usando? Participo? Não participo? Alguém se aproveitou? Ou era apoio? Oportunismo ou senso de oportunidade? Uma boa observação do momento a lançar uma provocação ou apenas uma ação capitalista que nos enfiará algo goela abaixo? Está dificil saber o que pensar ou pra onde ir. E este é apenas UM exemplo, infelizmente temos vários.

Nada mais é simples. Sair as ruas não é simples. O mal estar em viver em uma grande cidade tem afetado cada vez mais todas as pessoas ao meu redor e a mim mesma. Meus vínculos me prendem aqui, mas tenho me sentido cada vez mais livre, cada vez com mais argumentos para construir uma vida fora do meu país. E ninguém imagina o quanto é triste dizer isso.

Me tiraram minha entrega ao esporte que mais pratiquei, assisti, discuti e que fez parte de toda a minha infância. As zoações, a alegria em ver um bom jogo e rir com meus amigos. Amigos do mesmo time que eu e amigos que torcem para times rivais.

Me sinto em revolta. Contra o país, contra a situação, contra meu dia a dia, contra mim mesma e por viver em um lugar que está tão distante do que eu acredito.

Hoje eu sou julgada por gostar de copa do mundo e chamada de incoerente por querer uma revolução neste país e ao mesmo tempo ter ingresso para assistir ao Brasil e a um jogo no Maracanã. Sou julgada não por ter feito alguma besteira ou ter prejudicado alguém. Nem tampouco pelo esporte ser injusto, cruel ou em si mesmo algo prejudicial.

As prioridades neste país estão equivocadas, os valores invertidos. Não se luta contra a corrupção, não se luta contra as causas e sim contra os efeitos ou os sintomas produzidos por muitos anos de inversão, muitos anos de desvios de caráter e de dinheiro. Hoje se acredita piamente que a Copa é o problema e deixamos de olhar as verdadeiras causas.

Eles fazem merda e quem precisaria pagar por esta merda sou eu: deixando de ir ao estádio, deixando de curtir levemente meu futebol. Ouvindo por aí que é lamentável o valor que se dá ao Futebol.

Eu quero viver em um país onde eu, que amo futebol, seja tão importante, respeitada e livre quanto alguém que acha que isso é perda de tempo e um grande erro. Nós dois devemos ter nosso valor. E eu não quero me achar melhor que essa pessoa e serei feliz se ela não se achar melhor que eu. E poderemos inclusive ser grandes amigos.

Eu quero viver a liberdade de pensamento e principalmente o respeito diário ao meu dinheiro, as coisas que eu acredito, ao meus valores. Viver de forma a respeitar e ser respeitado.
Não acredito na política em meu país, na minha cidade. Não acredito na mídia, nos intelectuais, já não tenho ídolos ... eles se perderam pelo caminho.
Trago comigo a força do amor, a força que me resta e que felizmente parece ter fonte infinita.
Um algo essencial continua a me mover. Eu não enxergo, mas me permito sentir ...
Hoje, para não me afastar de mim mesma, sinto que este algo me leva pra longe daqui ....


Como bem disse Arnoldo Jabour :

“Outro nítido efeito na cabeça das pessoas é o fatalismo: "É assim mesmo, não tem jeito não". O fatalismo é a aceitação da desgraça. E vêm a desesperança e a tristeza. O Brasil está triste e envergonhado.

Brasil, o que fizeram contigo enquanto eu romantizava? Como foi que eu deixei isso acontecer? Estou zonza com as notícias, estou com vertigem ao olhar meu país e minha cidade de frente. Lamentável viver tudo isso em casa.

terça-feira, 29 de abril de 2014

A importância de dar as mãos

Estes dias conversava sobre o fato de minha família realizar orações antes das nossas refeições comemorativas. É sempre assim: a comida vai ficando pronta, você começa a perceber uma movimentação, as pessoas começam a chamar todos pra cozinha, se for na casa da minha vó, ou pra onde esteja a comida.

As pessoas se reúnem, as vezes rapidamente, as vezes lentamente e neste caso, começamos a elevar a voz e gritar pela pessoa que está faltando. A esta altura do campeonato, já estamos todos os presentes de mãos dadas. Uns se perdem no banheiro ... outros foram surpreendidos falando ao celular ou ainda estão correndo pelo quintal para chamar uma vizinha querida ou uma criança que ficou brincando lá fora. E todos lá dentro de mãos dadas.

A verdadeira oração começa na reunião, em nos dispormos sempre que possível em estar ali para nos revermos e partilhar uns com os outros o nosso amor uns pelos outros ... a oração continua no carinho com que todos se cumprimentam ao se ver: são beijos, sacudidas, abraços, batidas na bunda, beliscões carinhosos e muitos, mas muitos sorrisos. 

Nossa prece se mantém na paciência em esperar algumas pessoas chegarem e ser pacientes com aqueles que logo se vão após o almoço. E ela atinge seu auge ... o auge da verdadeira prece, da oração pura quando damos as mãos ... mesmo antes de começar, mesmo sabendo que tem uma tia ou primo ainda no banheiro. A verdade é que a gente GOSTA de dar as mãos ... e isso é representativo pra gente.

Na minha família, reunimos mais de uma religião de mãos dadas ... por que o nosso amor é forte, nosso respeito mútuo permite que seja possível olhar uns pros outros e ver o que as pessoas tem de melhor a oferecer. Nossa prece vai além das palavras ditas ... do pai nosso e da ave maria sempre presentes das tradições católicas. A gente ora por dentro ... e cada um faz a prece mais verdadeira e o agradecimento mais puro que pode dentro daquilo que acredita de verdade.

A gente agradece por estarmos mais uma vez ali de mãos dadas e por todo mundo estar ali também. E quando falta alguém (sempre falta), a gente lamenta com carinho, por que queremos estar sempre juntos.

Hoje, eu diria que a ação mais bonita que eu aprendi com minha família foi dar as mãos.

Não somos perfeitos, como toda família temos nossas ebulições e questões internas a tratar e resolver uns com os outros .. por vezes esperamos mais do que deveríamos e recebemos menos do que achamos que merecemos... somos humanos!!! Mas além de tudo isso, nós DAMOS AS MÃOS.