terça-feira, 29 de abril de 2014

A importância de dar as mãos

Estes dias conversava sobre o fato de minha família realizar orações antes das nossas refeições comemorativas. É sempre assim: a comida vai ficando pronta, você começa a perceber uma movimentação, as pessoas começam a chamar todos pra cozinha, se for na casa da minha vó, ou pra onde esteja a comida.

As pessoas se reúnem, as vezes rapidamente, as vezes lentamente e neste caso, começamos a elevar a voz e gritar pela pessoa que está faltando. A esta altura do campeonato, já estamos todos os presentes de mãos dadas. Uns se perdem no banheiro ... outros foram surpreendidos falando ao celular ou ainda estão correndo pelo quintal para chamar uma vizinha querida ou uma criança que ficou brincando lá fora. E todos lá dentro de mãos dadas.

A verdadeira oração começa na reunião, em nos dispormos sempre que possível em estar ali para nos revermos e partilhar uns com os outros o nosso amor uns pelos outros ... a oração continua no carinho com que todos se cumprimentam ao se ver: são beijos, sacudidas, abraços, batidas na bunda, beliscões carinhosos e muitos, mas muitos sorrisos. 

Nossa prece se mantém na paciência em esperar algumas pessoas chegarem e ser pacientes com aqueles que logo se vão após o almoço. E ela atinge seu auge ... o auge da verdadeira prece, da oração pura quando damos as mãos ... mesmo antes de começar, mesmo sabendo que tem uma tia ou primo ainda no banheiro. A verdade é que a gente GOSTA de dar as mãos ... e isso é representativo pra gente.

Na minha família, reunimos mais de uma religião de mãos dadas ... por que o nosso amor é forte, nosso respeito mútuo permite que seja possível olhar uns pros outros e ver o que as pessoas tem de melhor a oferecer. Nossa prece vai além das palavras ditas ... do pai nosso e da ave maria sempre presentes das tradições católicas. A gente ora por dentro ... e cada um faz a prece mais verdadeira e o agradecimento mais puro que pode dentro daquilo que acredita de verdade.

A gente agradece por estarmos mais uma vez ali de mãos dadas e por todo mundo estar ali também. E quando falta alguém (sempre falta), a gente lamenta com carinho, por que queremos estar sempre juntos.

Hoje, eu diria que a ação mais bonita que eu aprendi com minha família foi dar as mãos.

Não somos perfeitos, como toda família temos nossas ebulições e questões internas a tratar e resolver uns com os outros .. por vezes esperamos mais do que deveríamos e recebemos menos do que achamos que merecemos... somos humanos!!! Mas além de tudo isso, nós DAMOS AS MÃOS.